sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Música de 2010


Quase no final destes 365 dias que contarão a história de 2010, e à semelhança do que aconteceu nos outros anos que este cantinho já leva, deito-me a pensar naquilo que ouvi e que merece figurar na minha lista de preferências. Mais uma vez os critérios são os mais subjectivos possíveis e a apresentação segue a ordem alfabética. No entanto, se destes dez álbuns tivesse de escolher um só, optaria por "Have one on me" de Joanna Newsom. Este, em particular, e os outros, são paisagens sonoras que vi, vivi e ouvi de forma especial e que, por isso mesmo, permanecerão no tempo.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Melodias que me fizeram...

Nick Cave - "Far from me"


For you dear, I was born
For you I was raised up
For you I've lived and for you I will die
For you I am dying now
You were my mad little lover
In a world where everybody fucks everybody else over
You who are so far from me
Far from me
So far from me
Way across your cold neurotic sea
Far from me

I would talk to you of all matter of things
With a smile you would reply
Then the sun would leave your pretty face
And you'd retreat from the front of your eyes
I keep hearing that you're doing your best
I hope your heart beats happy in your infant breast
You are so far from me
Far from me
Far from me

There is no knowledge but I know it
There's nothing to learn from that vacant voice
As it sails to me across the line
From the ridiculous to the sublime
It's good to hear you're doing so well
But really can't you find somebody else that you can ring and tell
Did you ever
Care for me? 
Were you ever
There for me? 
So far from me

You told me you'd stick by me
Through the thick and through the thin
Those were your very words
My fair-weather friend
You were my brave-hearted lover
At the first taste of trouble went running back to mother
So far from me
Far from me
Suspended in your bleak and fishless sea
Far from me
Far from me

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

São harpas, Senhor!

Do mais recente de Joanna Newsom, apetece-me gritar: até que enfim! Se nos dois anteriores trabalhos optou por seguir caminhos sonoros que, de tão complexos se tornavam quase atalhos, neste seu mais recente "Have one on me", descomplicou-se. Continua a fugir de facilidades mas amaciou melodias e conformou-as com os ouvidos de comuns mortais. Ela que parece ter uma espécie de pacto secreto com o Criador. Ou não fosse harpista.
Estará na listinha dos álbuns do ano, sem dúvida. Bless her.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Felicidade relatada

Mais uma lição de vida proporcionada por TED. Desta vez, temos as considerações de Matthieu Ricard, aquele que é considerado o homem mais feliz do mundo. Se vale a pena!


Legendas disponíveis no vídeo.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Vida que às costas me levas



Mãos feridas na porta dum silêncio

Vida que às costas me levas
porque não dás um corpo às tuas trevas?

Porque não dás um som àquela voz
que quer rasgar o teu silêncio em nós?

Porque não dás à pálpebra que pede
aquele olhar que em ti se perde?

Porque não dás vestidos à nudez
que só tu vês?
Natália Correia

Pontos de sons

E a Yamaha reinventa a forma de fazer música com o seu Tenori-On.
 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Geniais: quando menos é mais

Apeteceu-me olhar para coisas bonitas...


Designer: Suzdalev Oleg

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lookout, Lookout

Imagens para sons de um dos discos do ano: Perfume Genius com Learning. Cantar pode doer.


domingo, 12 de dezembro de 2010

Melodias que me fizeram...

A propósito de Old Joy, recupero o bardo Will Oldham. Old Joy é um filme sem intriga e é belíssimo exactamente por isso (Kurt: "Sorrow is nothing but worn out joy"). A amizade é um lugar estranho. Ponto.
Will Oldham, A.K.A. Bonnie 'Prince' Billy - I See a Darkness
Well you're my friend 
(It's what you told me)
And can you see
(What's inside of me)
Many times we've been out drinking
And many times we've shared our thoughts
But did you ever, ever notice
The kind of thoughts I got
Well you know I have a love
A love for everyone I know
And you know I have a drive
To live I won't let go
But can you see it's opposition
Comes a-rising up sometimes
That it's dreadful and position
Comes blacking in my mind

And that I see a darkness
And that I see a darkness
And that I see a darkness
And that I see a darkness
And did you know how much I love you
Is a hope that somehow you you
Can save me from this darkness

Well I hope that someday, buddy
We have peace in our lives
Together or apart
Alone or with our wives
That we can stop our whoring
And pull the smiles inside
And light it up forever
And never go to sleep
My best unbeaten brother
This isn't all I see

O no I see a darkness
O no I see a darkness
O no I see a darkness
O no I see a darkness
And did you know how much I love you
Is a hope that somehow you you
Can save me from this darkness 

Geniais: quando menos é mais

Aqui

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Problemas menores

Momento WTF do dia informativo: os manos Fernandes (na rusga em Lisboa). "A gente nem Bilhete d'Entidade devíamos ter porque somos menores".
SIC- Jornal da Noite

Imperfeições

Foi vencedor de dois galardões de ouro no mais recente Cannes Lions International Advertising Festival de 2010. Bem realizado, com a quase impossível missão de passar a mensagem de promoção da família tendo como cenário um funeral, este anúncio relembra-me que são as nossas imperfeições que nos tornam perfeitos para algumas pessoas. E disso, nem sempre nos conseguimos aperceber.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Melodias que me fizeram...

Nick Cave - "Love Letter"


I hold this letter in my hand
A plea, a petition, a kind of prayer
I hope it does as I have planned
Losing her again is more than I can bear
I kiss the cold, white envelope
I press my lips against her name
Two hundred words. We live in hope
The sky hangs heavy with rain

Love Letter Love Letter
Go get her Go get her
Love Letter Love Letter
Go tell her Go tell her

A wicked wind whips up the hill
A handful of hopeful words
I love her and I always will
The sky is ready to burst
Said something I did not mean to say
Said something I did not mean to say
Said something I did not mean to say
It all came out the wrong way

Love Letter Love letter
Go get her Go get her
Love Letter Love letter
Go tell her Go tell her

Rain your kisses down upon me
Rain your kisses down in storms
And for all who'll come before me
In your slowly fading forms
I'm going out of my mind
Will leave me standing in
The rain with a letter and a prayer
Whispered on the wind

Come back to me
Come back to me
O baby please come back to me

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Eles "andem" aí


Quando leio isto, fico cada vez mais preocupado e convencido de que todos temos de fazer uma profunda reflexão relativamente ao que andamos a fazer à nossa educação. A máxima que seguem - "to every question, there should be more than a single answer" - resulta. Atentos, que eles ""andem" por aí.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sebastião Salgado

Quem fotografa desta maneira, conseguiu o que poucos conseguem: entender o complicado sentido da vida.



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pop Dell'Arte

...e por falar em grandes almas: Pop Dell'Arte. Voltei aos anos 80 para recordar um dos melhores projectos musicais em língua lusa.

Até a lua tem duas faces

Confesso que me ri. Esse foi o instinto primeiro. Depois, tentei desligar-me desse primeiro impacto. António Olaio não é tolo nenhum. Revela apenas a coragem das grandes almas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Alfie no Maria Matos


(perdoe-se o início cheio de anglicismos mas o senhor em questão vem de terras da Grã-Bretanha e leva a coisa muito a sério) 
Neil Hannon, dandy, compositor, cantor, songwriter e entertainer ("I entertain people. That's what I do"). Chapéu de coco, fato completo, pasta e cachimbo. Assim se apresentou ontem no Maria Matos, a alma do projecto Divine Comedy. Espirituoso e gozão ("Well, Greece comes first; Ireland, in second; and…" disse, ironizando esta crise endémica, na introdução de "The Complete Banker"), intercalou o piano com a guitarra. E foi no piano que teve o momento alto da noite com "Our Mutual Friend".  Curiosamente, gostei mais de o ver (e ouvir) com a guitarra mas percebe-se que é no piano que está mais à vontade. Quando pegou na guitarra disse que estava um bocadinho bêbado e que se devia responsabilizar o seu amigo português Rodrigo Leão ("Blame Rodrigo")! Mesmo assim, com um ou outro engano com a palheta, destaque-se o magnífico "A Lady of a Certain Age" ou "Becoming more like Alfie", tocado e cantado com um sentimento que, por vezes, no concerto, se perdeu no meio do seu sentido de humor, este sim, sempre presente. Recorreu a um alinhamento ligeiramente diferente daquele que consta do seu mais recente registo ao vivo - "The Divine Comedy-At Somerset House" -  recuperando temas mais antigos ("Generation Sex", ...) e até a uma surpreendente versão de "Don't You Want Me" dos Human League (em contrapartida, "Blue Monday" dos New Order ficou de fora em "Indie Disco"). Na primeira parte esteve uma loiríssima Cathy Davey. Irlandesa (também), dona de um timbre vocal muito bonito mas ainda com um longo caminho a percorrer. Valeu pela presença e pelo tema em conjunto com Neil Hannon.
Foi uma bela forma de transformar, de alguma forma, o sentido de uma agitada e fria terça-feira. A companhia foi magnífica e ficou apenas a faltar "If…".

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Bofetón

Imagem/cortesia do site marca.com

É depois destes jogos que o significado de "festival" ganha novas dimensões.

Ainda Neil Hannon

Antecipo o concerto de terça-feira, no Maria Matos...
(...)
And when we die
Oh, will we be that disappointed or sad?
If heaven doesn't exist,
What will we have missed?
This life is the best we've ever had!

domingo, 28 de novembro de 2010

Ideias reais

Batelco é a principal empresa de telecomunicações do reino do Bahrain. Segue a máxima "Bringing ideas to life". Para o provar, mandou produzir um dos mais bem feitos anúncios do momento. Espectacular, à moda do memorável Blade Runner. Como dizem, trata-se de "uma viagem épica pelas ideias das pessoas". Repare-se nos imensos detalhes técnicos e narrativos do anúncio.

Mais info acerca da produção do anúncio, aqui

Black Water

Em 1989, a quase totalidade dos membros que haviam dado corpo ao projecto Japan (com excepção de Rob Dean), reúne-se de novo para a edição de um único trabalho. O álbum deu pelo nome de Rain Tree Crow e haveria de sair em 1991. Foi fruto da capacidade de improvisação de todos os membros, sob a batuta de David Sylvian. Nenhum dos temas - e são treze -  foi ensaiado. Nenhum com excepção deste que aqui recordo: Black Water. Rain Tree Crow foi a banda sonora da noite de acertos gráficos aqui, neste sítio. E muitas vezes tive de fechar os olhos...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Chamem-lhe raiva!


Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida

J. Gomes Ferreira

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tim e companhia


Ontem à noite o Coliseu do Porto recebeu Tim e os seus Companheiros de Aventura. O convite do João Lima, que nunca se esquece deste seu velho amigo, levou-me àquela festa informal de amigos, em palco. E os amigos eram Vitorino, Rui Veloso, Celeste Rodrigues, Teresa Salgueiro e Mário Laginha. Um Coliseu do Porto cheio recebeu os músicos da melhor forma,  contribuindo para o bom desenrolar do espectáculo. Foi interessante verificar que músicos com  características tão diferentes se juntaram de forma tão natural e harmoniosa. A base do espectáculo foi o disco “Tim e companheiros de aventura”,  embrulhado num belo trabalho gráfico em jeito de libreto. Durante duas horas, o ambiente foi de festa e confesso que as expectativas foram excedidas. Não faltaram sequer os momentos imprevistos como aquele em que Vitorino (um senhor!) funcionou como “ponto” atrás de Teresa Salgueiro (canta cada vez melhor) que estava sem o papel com a letra da canção. E, no final, o convívio com os artistas no D. Tonho, foi a forma perfeita de terminar a madrugada.

Mais fotos aqui

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Melodias que me fizeram...

The The - "Uncertain smile"

Peeling the skin back from my eyes, I felt suprised
that the time on the clock was the time I usually retired
to the place where I cleared my head of you;
but just for today, i think I'll lie here and dream of you.

I've got you under my skin where the rain can't get in,
but if the sweat pours out, just shout I'll try to SWIM AND pull you out.

A howling wind blows the litter as the rain flows,
As street lamps pour orange coloured shapes through your window,
a broken soul stares from a pair of watering eyes,
uncertain emotions force an uncertain smile...

I've got you under my skin where the rain can't get in,
but if the sweat pours out, just shout I'll try to swim and pull you out.


Aqui, Live.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sensibilidades


Ontem vi, finalmente, “Trouble Every Day” de Claire Denis. É uma obra quase perfeita em todos os sentidos, embora simplesmente não consiga explicar porquê. O que menos importa neste filme é a sua história. Ela perde-se no meio dos devaneios das personagens, das suas taras e problemas. Perde-se no meio da honestidade extrema que as faz moverem-se num limbo de emoções. 
Claire presta particular detalhe à fotografia e à crueza de alguns  pormenores. Mostra as coisas como elas são. Abusa de alguns close-ups. Também por isto, são várias as cenas que perturbam. Muitas. Algumas por serem tão belas. Outras perturbam pelo que chocam. Pelo menos um par delas são daquelas que ficam gravadas na retina e perdurarão, já sei. No entanto, também estas cenas, de alguma forma, contribuem para a percepção do filme enquanto produto final que deve ser considerado numa esfera superior da arte cinéfila. Com a belíssima banda sonora entregue à voz de Stuart Staples e aos seus Tindersticks (motivo primeiro que me levou à busca do registo em vídeo), "Trouble every day" é um filme incómodo, muito bem estruturado e realizado, brilhante em muitos aspectos, que resulta numa experiência sangrenta, erótica, visualmente apelativa, forte e irresistível, com Vincent Gallo a provar porque é um actor de outras galáxias. No entanto, dificilmente me vejo a recomendar a alguém que o veja...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Provavelmente o post mais desinteressante deste blog

iOS 4.2. Finalmente!!
(estritamente para registo de uma qualquer memória futura)

Posters

O blog Every Day Posters Every Day desenvolveu o conceito de criação de posters que podem relatar actividades do quotidiano mundano, mas não podem promover concertos ou qualquer tipo de actividade específica.
À sua frente estão dois designers, Travis McKinney e Hiller Goodspeed, e o sucesso da iniciativa tem sido significativo. De acordo com os próprios, o que se pretende é criar posters " for every day events. No activity in your life is too boring or mundane. The idea is to take trivial activities and promote them with posters to give them a sense of importance they ordinarily would not have". E é assim que "se promove" tanto a necessidade de mudança do óleo do carro como a de evitar fazer os trabalhos de casa! 

domingo, 21 de novembro de 2010

Ruela


Meu alvoroço de oiro e lua
Tinha por fim que transbordar...
- Caiu-me a Alma ao meio da rua,
E não a posso ir apanhar!

 Mário de Sá Carneiro

Todos gostam de Ray


Da importância de Ray Charles na música, ficou hoje ainda mais clara para mim, depois de ver o filme que conta com um Jamie Foxx irrepreensível no papel do músico. Passou no AXN e foi daquelas boas surpresas depois de um sábado chuvoso. "If you think in cents you'll get cents. If you think in dollars, that's what you get." Ray, que em português até soa melhor e mais verdadeiro. Recupero, no seguimento do filme, o sempre espantoso That's What I Say: John Scofield plays Ray Charles.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Galáxia de áudio


Vivo há quase quinze dias sem notícias. Melhor, sem ver os famigerados "telejornais". Recuso-me a perder mais tempo com temas recorrentes, desilusões desportivas, notícias desagradáveis e altamente prejudiciais à saúde. Quem me conhece não estranha. Vivo com estas necessidades de purgas informativas. Limpo a alma com esta cíclica atitude de "avestruz que vê o talhante a afiar as facas". Depois, do mesmo modo que decido a recusa de ver e ouvir os nossos pivots, volta a rotina da crise, dos cortes, e de cimeiras que, felizmente, nem recordava que iam acontecer. Vem isto a propósito de um anúncio que, claro está, anda a passear no pequeno écran em tempo de intervalos. Como tenho, para os intervalos, a mesma actual paciência que tenho para as notícias, raramente vejo publicidade. E não conhecia. Foi pessoa amiga que me pediu opinião e aguçou-me a curiosidade O anúncio em questão propagandeia um serviço que permite muitas coisas. Entre elas permite que se ouçam "milhões de músicas em todo o lado". Mesmo dando desconto à hipérbole, a coisa parece prometer. Mas é um serviço que é pago e, vindo dos lados da PT, toda a desconfiança é pouca. E alternativas grátis, existem? Existem. De uma forma geral, o que o serviço do batráquio oferece pode ser encontrado aqui. Funciona, pois utilizo há umas boas semanas e foi testado. "Transfere" toda a minha biblioteca musical para a "nuvem", o que me permite, em qualquer lado e de qualquer dispositivo, ouvir o que quero e quando quero, assim tenha acesso "à internet" (passou a ser uma curiosa expressão!). Temos, desta forma, a possibilidade de aceder à música, via streaming (o que significa que o computador onde está baseada a informação, tem de estar online e ter activo o  audiogalay helper). Se são milhões ou não depende da quantidade de música digital que temos ao nosso dispor. Mas nos dias que correm, um bocadinho de astúcia informática tudo permite. Recomendo vivamente (antes que passe a ser pago o que, tratando-se de uma versão beta que já funciona tão bem, não me surpreenderia. E seria uma pena).