sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quintas de leitura

Tive o privilégio de assistir, no Porto (Teatro do Campo Alegre), ontem à noite, à centésima edição das "Quintas de leitura". Os valiosos préstimos do amigo João Reis Lima e do banco que representa, o Montepio Geral, instituição mais do que centenária, possibilitaram-me ter uma noite/sarau quase renascentista. Inesquecível. O mote foi a poesia. João Gesta o programador e grande responsável pelo evento que já conta com oito anos, crê que "é impossível viver sem Poesia. Ou, como diria o Poeta, Sonhar é preciso”. Pelas vozes das apresentadoras de serviço, Adriana Faria e Teresa Coutinho ("uma é morena, a outra sabe-se lá"), desfilaram perante cerca de trezentas pessoas, os bailarinos da Vortice Dance Company (magnífica coreografia coadjuvada por simples mas eficazes adereços: o efeito de gigantes ventoinhas e esferas de esferovite é avassalador); as melodias de Chopin pelas mãos do adolescente pianista Raúl Peixoto da Costa; as vozes de sete amadores de poesia, resultado de um casting que envolveu mais de duzentos participantes e que sentiram e fizeram sentir as palavras de poetas portugueses e não-portugueses; as sílabas do "fraseador" Pedro Lamares que me espantou com a convicção e alma com que vive os poemas que cantou (!); e as músicas do fenómeno B Fachada, razão primeira para a minha presença naquele local.
Foram quase quatro horas de espectáculo. Faltavam cinco minutos para as duas da madrugada quando B Fachada começou a sua actuação. Talvez por isso, o público não era propriamente o mais amigável. Metade da plateia tinha já abandonado a sala (isso mesmo foi registado pelo artista, sempre muito dialogante) e os que ficaram não eram muito conhecedores do seu trabalho. Nunca tinha visto B Fachada a actuar. Pareceu-me que não se leva a sério. O pior é que a atitude é contagiante e, de repente, parecia estar perante um cómico e não um músico. Fiquei sem perceber se é sempre assim ou se foram as circunstâncias. Ajudado pelo contrabaixo do seu amigo Martim Torres, fiquei com a sensação, apesar de ter gostado do que ouvi, que poderia ter feito mais. B Fachada vale muito mais do que mostrou. Sempre inteligente e com um sentido de humor refinado ("esta foi uma música cheia de intertextualidade... modesta contribuição depois de tantas mostras de cultura que pudemos assistir hoje à noite") acompanhado pela sua guitarra presa por um fio, rejeitou as palminhas (abençoado seja!) porque não o deixavam tocar. Era importante que o público não se esquecesse que estava perante "um mau músico", disse ele. Tocou quase tudo do seu trabalho mais recente e ainda coisas mais antigas. Mostrou-se mas mostrou-se pouco. Quem não conhecia ficou sem saber o seu real valor. Quem já conhecia, ficou com este amargo de boca. Outro concerto clarificará as coisas. Eram quase três da manhã quando as apresentadoras loira e morena, selaram o final do espectáculo com um inesperado mas propositado beijo de lábios. Foi a nota levemente surreal numa noite especial que espero ver repetida nas próximas edições.

Frases que dão que pensar

Como Proust pode mudar a sua vida, Alain Botton

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

And if the sight is just a whore sign...by Pavement

Pavement: amor antigo que vai ficando. Contraria a lógica. Cresce com o tempo.
(e Maio está mesmo aí...)
Can you treat it like an oil well When it's underground, out of sight? And if the sight is just a whore sign Can it make enough sense to me? Pretend the table is a trust knot We'll put our labels down, faith is down I'll watch some yards of twine unravel And you'll never get it back It's what I want (it's what I want) It's what I want (twine comes down) It's what I want (it's what I want) Dont you know, I could make you try Make you try
I've been crowned the king of it, and it is all we have So wait to hear my words and they're diamond sharp I can open it up and its up and down It's what I want (its what I want) I see your bag like a little dog [? ](ball of twine) Don't you know that it's what I want (it's what I want) I'll see your bag and it makes you try Makes you try I've been down, the king of it, is all we have I've been down and I could wait to hear the words They're diamond sharp today

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Smart design

Genial: simples com um design minimalista e eficaz. Da autoria de Charlie Pyott. Visto aqui.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sem meias tintas

Graffiti assim....sim. Take a closer look.
p.s. o título deste post trouxe-me à ideia a triste e patética figura do presidente do meu clube. Um homem de meias tintas! Desilusão por desilusão, antes a arte urbana. No meio de tantos tags pode, às vezes, ver-se alguma arte genuína.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O X da questão

Isto é um caso muito, muito sério. Quase viral. Ouça-se!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tindersticks em Guimarães

Foi com os Tindersticks, ontem, em Guimarães, que declarei oficialmente aberta a época dos concertos, neste ano de 2010 (não me dá jeito nenhum escrever esta data, vá lá saber-se porquê). Num espaço magnífico onde, quem tiver a sorte de arranjar bilhetes centrais na primeira plateia (não foi o meu caso, infelizmente), terá um dos melhores sons de salas de espectáculo em Portugal, a banda de Stuart Staples pôde apresentar o seu recentíssimo "Falling down a mountain" e fazer incursões ao seu material mais antigo. Recordar City Sickness, She's gone, Marbles (!!!) e outros temas dos primeiros tempos dos Tindersticks, foi voltar atrás no tempo e constituiu forma de fazer sorrir a alma. E esta sorriu. Com gosto. Terá sido o mais intenso dos concertos dos Tindersticks a que já assisti.

Editado: quem queira saber TUDO (mesmo) sobre os Tindersticks, deve visitar este site.

Um bom exemplo de cooperação entre dedicados fans e a sua banda de culto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

E o futuro é hoje

A indústria informática sente que são necessárias novas formas, mais "naturais" se quisermos, de nos relacionarmos com os computadores e toda a parafernália digital que nos rodeia. O caso mais recente incide na apresentação do iPad que já está a funcionar como "lebre". As duas demonstrações que se seguem são exemplares na forma como demonstram que há ainda todo um novo mundo por desbravar.

David Merrill demonstra os Siftables, blocos de brinquedo que pensam.

Pranav Mistry: The thrilling potential of SixthSense technology