terça-feira, 31 de maio de 2011

“The Revolution Will Not Be Televised”

Morreu Gil Scott-Heron. Lamenta-se a perda de um homem que tanto viveu e deu à música. Eu, que tive a fortuna de o ver há pouco menos de um ano, fui testemunha disso mesmo.

domingo, 29 de maio de 2011

"Eternal life"

Em 1997, precisamente no dia 29 de Maio, Jeff Buckley deixava este mundo. Lá, onde está, de certeza que continua a encantar. A minha homenagem a Jeff passa por encher a noite com os seus sons. E uma vela acesa. 
"While on assignment photographing Jeff Buckley in 1994 & 95, I had also brought along my Hi 8 video camera.  I edited some of the footage together in 2001, four years after Jeff died.  Some clips I shot back then were used by Columbia Records in the posthumous video "Forget Her""

Melodias que me fizeram...

Caetano Veloso-"Ay Amor"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

Boas ondas

The Antlers & Neon India -"Rolled Together"

Coisas que saúdo

Isto são boas notícias.

domingo, 22 de maio de 2011

Não sei quantas almas tenho

Fotografia de 
Robert Doisneau
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu"?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Que mundo é este em que vivemos?

Perante isto, alguém acaba de perder milhares de espectadores. Eu incluído. Cretinos como este nada podem fazer de interessante. E mesmo o que fizeram e que foi assim considerado, deverá ser reavaliado.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Melodias que me fizeram...

The Divne Comedy numa cover dos "The Smiths"
"There is a light that never goes out"

terça-feira, 17 de maio de 2011

Fui sabendo de mim


Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia

pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia

fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei

eu vi
a árvore morta
e soube que mentia

Mia Couto

domingo, 15 de maio de 2011

Simetrias

Um tocante vídeo da responsabilidade da npr. Simetrias e conexões mundanas....


Pelos públicos

A propósito das afirmações de Eduardo Catroga, três referências: esta bela crónica; a surreal cena de "Recordações de uma casa amarela" de João César Monteiro; e...a memória de Patchouly do projecto Grupo de Baile. Tudo a propósito. O que a vida política portuguesa precisa é mesmo destas discussões capilares. E aqui discordo do Dr. Catroga. Mas só aqui. Citando Hugo Gonçalves, do Jornal i, "Não se percebe a má fama do pentelho, afinal de contas trata-se de uma espécie autóctone das zonas que nos dão prazer, aponta o caminho para a felicidade, é escuridão necessária antes da luz. "

sábado, 14 de maio de 2011

Coisas que saúdo


Alguns dos mais belos sons de 2011: The Antlers.


The Antlers - "No Widows" ("Burst Apart")


If I never get back home
There's no garden on the ground
No widows at the wall
No widows left at all

No shirts that I will fold
No kid I want to hold
No widows at the wall
No widows on the phone

If I'm stuck out here alone
If I'm stranded here all weird
Just nothing left at home
No widows disappear

If the wheels jump off the road
There's no widows left to know
No perfect love will grow
There's no punishment below

When they shake
Say the wings won't hurt
When they shake
Say the wings won't hurt

If I'm stuck out here alone
If I'm stranded here all weird
Just nothing left at home
No widows disappear

If the wheels jump off the road
There's no widows left to know
No perfect love will grow
There's no punishment below

When they shake
Say the wings won't hurt
When they shake
Say the wings won't hurt

Genial, quando menos é mais!


Visto aqui.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sempre...


Não sendo habitual consumidor ou apreciador da bebida, admiro a marca Coca-Cola. Cresci com ela, com os seus anúncios, com o seu folclore, e é a ela que se deve a invenção do Pai Natal (aqui com reservas....minhas). Mas o que importa é que a marca comemora 125 anos. É obra. Para marcar o evento, estão a ser comercializadas em círculos restritos, o refrigerante na sua garrafa original (belíssima), a Hutchinson Coca-cola Bottle. Já agora, para os verdadeiros adeptos, e eu conheço um punhado deles, aqui fica uma sugestão. E, já agora, outra.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Saudade é solidão acompanhada


Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não mais existe...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

domingo, 8 de maio de 2011

Erro, logo existo

Intrigante, actual e interessantíssima apresentação de Kathryn Schulz, onde aborda a "pedagogia do erro". A sua aceitação como algo que faz parte do "viver". Como sempre, imperdível.

sábado, 7 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Super Braga


Não é a primeira vez que aqui falo dos guerreiros do Minho. Hoje, mais uma vez, e atendendo ao percurso difícil e quase "heróico", julgo que se fez justiça. No dia 18 serei novamente braguista.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

S o u


Sou o que sabe não ser menos vão 
Que o vão observador que frente ao mudo 
Vidro do espelho segue o mais agudo 
Reflexo ou o corpo do irmão. 
Sou, tácitos amigos, o que sabe 
Que a única vingança ou o perdão 
É o esquecimento. Um deus quis dar então 
Ao ódio humano essa curiosa chave. 
Sou o que, apesar de tão ilustres modos 
De errar, não decifrou o labirinto 
Singular e plural, árduo e distinto, 
Do tempo, que é de um só e é de todos. 
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada 
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada. 

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O toque da madeira


O Touch Wood é um modelo de terminal móvel que a Sharp concebeu. O aparelho é belíssimo e o anúncio em formato de vídeo que o suporta, não lhe fica atrás. Imagine-se um xilofone longuíssimo, a ser percorrido por uma bola de madeira, compondo, no seu movimento contínuo, a cantata 147 de Bach.

Aqui, para um behind-the-scenes vídeo.

Spy Vs Spy

Quando, repetidas vezes, revelo as minhas reservas face ao Facebook, também me refiro a isto. E o homem sabe o que diz.

domingo, 1 de maio de 2011

Porque "mãe não morre nunca"

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

                                        Carlos Drummond de Andrade