quinta-feira, 27 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E se Obama fosse africano?

Amigo atento enviou-me este delicioso texto de um dos maiores escritores africanos de sempre: Mia Couto. A realidade africana, infelizmente, não se compadece com Obamas. E bem precisava deles.
"Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia." Mia Couto

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Spitting images

É de mim, ou não há uma única personagem nesta fotografia que não lembre uma caricatura?!

A força da nuvem

Interessante. Muito interessante. Interessante para todos e especialmente para aqueles que duvidam das potencialidades dos Netbooks, esse segmento de computadores portáteis onde se integra, entre outros (Eeepc, Aspire 1, etc), também o Magalhães. O Hardware já não tem a primazia. Esta passa pelo software e pela "força da nuvem". Esta nuvem de que fala o artigo, já existe materializada também pela Apple, para quem faz uso do seu serviço mobile.me. O futuro passará (já passa) inevitavelmente por este conceito. Aqui fica o texto publicado no Meia Hora (gosto deste jornal) e no blog Mercado Puro, da autoria de J. Braz Pereira. Fundamental para ser perceber o presente e o futuro!
"Por todo o lado se fala de cloud computing, um novo mundo em que uma multidão de computadores colabora, partilha e acede a informação, serviços e aplicações de forma coerente. Na nuvem o software deixa de ser dos utilizadores. É um serviço (SaaS – Software as a Service) acessível a partir de qualquer computador, bastando um browser e uma ligação à net. Confia-se a segurança dos dados ao fornecedor do serviço. A informação deixa de estar “debaixo da cama” e passa a estar na nuvem, acessível e partilhável quando e onde for necessário. O privado já foi conquistado pelo mail, GoogleDocs, Calendar e outros serviços, não porque compreendeu a tecnologia que está na sua base, mas porque é mais fácil, partilhável, flexível e porque o libertaram dos condicionalismos da quina e da capacidade do disco rígido. Nas empresas, vai ser necessário mandar para os arrumos equipamentos e sistemas de informação faraónicos, dissipar mitos de Adamastores que devassam a privacidade e devoram a informação e provar que os riscos dos sistemas são muito menores se a segurança e o alojamento forem assegurados por fornecedores especializados. Mas a mudança é inevitável. Cada vez mais serão óbvias as vantagens da adopção de um modelo em que as ferramentas evoluem todos os dias e os custos são previsíveis e limitados a uma renda mensal por utilizador, dispensando investimento em software, actualizações, licenças, servidores e outros equipamentos, contratação de serviços de segurança e manutenção. Preparem-se para a nuvem, porque o futuro conjuga-se na Web."

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Também eu...

Estou farto de pulsões e tiques autoritários [...] Não se pode reformar a educação tapando os ouvidos aos protestos e às críticas [...] farto [...] daqueles que não têm dúvidas, nunca se enganam, e pensam que podem tudo contra todos.”
Manuel Alegre, Ops!

Fotógrafo de rua

Henri Cartier Bresson, um dos maiores colectores de instantes de sempre, numa conversa (lição) única.
Este é o momento II de uma entrevista de três partes. A parte I e III podem ver-se no hiperlink.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Graffiti blues

São inúmeros os exemplos de boa publicidade mas escasseiam os bons exemplos de anúncios vindos da indústria  farmacêutica. Os produtos fazem a publicidade e neste particular os produtos que esta indústria comercializa estão longe de ser apelativos. A Pfizer tentou e conseguiu contrariar esta lógica. E fê-lo de uma forma muito bonita:

Os guerreiros do Minho

Acabo de assistir ao A.C.Milan/S.C.Braga e ainda me doem os olhos tantas vezes os esfreguei para ver se o que estava a ver estava mesmo a acontecer. Estariam as cores das camisolas trocadas? Seria em Braga, o jogo? Pensei, distraído que estava com o que acontecia no relvado, que o jogo estaria a acontecer em Portugal, tal era o apoio que vinha das bancadas e o à vontade com que a equipa do Braga trocava a bola e vergava o colosso de Milão. Não. Nada disso. O que vi foi uma verdadeira lição de futebol onde, a haver um vencedor este teria de ser, sem qualquer dúvida, a equipa portuguesa. Poderia ter marcado em, pelo menos, três ocasiões. E não me lembro de qualquer situação clara de golo por parte dos italianos.... até ao golo! Que a estória se repete (é tão típico das equipas italianas vencerem nos últimos segundos), já se sabe, mas desta vez a crueldade da situação é tão evidente que faz doer a alma. O Braga venceu em San Ciro (só o placard o desmente). Apenas tenho esquecer os últimos segundos deste jogo para que esta utopia se torne realidade. E venceu um jogo histórico porque, contra aquela que será a melhor equipa italiana da actualidade, a única equipa que jogou futebol foi a equipa minhota e só se ouviu a claque portuguesa. Não devem existir muitas equipas que vão jogar a Milão da forma como o Braga o fez hoje. O que seria deste Jorge Jesus, treinador do Braga, se não atirasse boutades como a da "faca de dois legumes"?

Parabéns, S.C.Braga. Parabéns, Jorge Jesus!

Editado:

É interessante verificar o alinhamento das duas equipas pois isso torna o feito do Braga ainda mais valoroso.

AC MILAN

Dida; Antonini, Senderos, Kaladze e Jankulovski; Gattuso, Emerson e Flamini; Pato, Inzaghi e Schevchenko

Suplentes: Kalac, Bonera, Darmian, Pedrocchi, Seedorf, Ronaldinho e Borriello

Treinador: Carlo Ancelotti

SP. BRAGA

Eduardo; Frechaut, Moisés, Rodriguez e Evaldo; Vandinho, Ala, Luís Aguiar e César Peixoto; Rentería e Meyong

Suplentes: 

Kieszek, João Pereira, Andrès Madrid, Mossoró, Jorginho, Paulo César e Matheus

Treinador: Jorge Jesus

 Obs. A imagem foi retirada do site do S.C.Braga.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Oba(ma)

O mundo está definitivamente diferente. Foi uma boa surpresa (para mim, que desconfio sempre de sondagens, e muito mais se tratando de sondagens americanas) aquela que arrumou com as minhas certezas de totoloto. Numa conjuntura económica muito especial, Obama soube aproveitar o desejo de mudança de todo um povo que votou como há muito não votava e, à custa dos chamados Swing States foi o vencedor das presidenciais americanas. Às costas carrega o fardo de ter de corresponder à esperança de milhões. Apoio não lhe falta. Que cumpra,  então, o seu destino.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

No more pussyfooting*

Recordo (porque estive a ouvir, cansado das notícias e do resto, na TV) Unkle Injury de Transparent Things,  o penúltimo trabalho do duo britânico Fujiya & Miyagi. O mais recente Lightbulbs, apresenta-se como dos mais interessantes álbums de 2008.
Fujiya & Miyagi - Ankle Injuries
*título incontornável da faixa 9 de Lightbulbs!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Roman Polanski: wanted and desired

Vi finalmente Roman Polanski: wanted and desired. O ponto de partida é o caso judicial motivado pela relação do realizador com a, na altura menor de idade,  Samantha Gailey (agora, Geimer). Polanski, admitindo uma "relação sexual ilícita com uma menor de 14 anos", consegue ludibriar o sistema judicial americano e ser o que é hoje: querido e desejado. O ponto de chegada é esta comichão que fica: como pode alguém que fez o que fez, ser assim admirada e respeitada. Andar impune?! Receber louvores e prémios?!
A personagem misteriosa de R. Polanski assim se mantém e pouco é revelado.  As interrogações continuam depois do filme. Mesmo o assassinato de Sharon Tate, sua mulher, pelo grupo de Charles Manson, quando estava grávida, é pouco explorado. São as incidências de todo o caso judicial que são trabalhadas com grande mestria e montadas de forma exemplar. É esta a mais valia do filme. Fica a certeza de que o génio de Polanski é bem superior à sua personalidade e sobressaem notas de  surrealismo de uma América onde o sistema judicial pode ser (e é, demasiadas vezes) profundamente ignóbil.

Fases más da ursice

Tindersticks / I've Been Loving You Too Long

domingo, 2 de novembro de 2008

Eleições americanas: 2+2=5

Cartoon de Rob Tornoe

Os cidadãos norte-americanos irão escolher daqui a poucas horas o seu próximo presidente. Este processo deveria dizer respeito aos protagonistas candidatos e seus concidadãos. Somente a estes. Infelizmente não diz. A totalidade da humanidade, queira ou não, vai sofrer as consequências de um processo eleitoral (normalmente pouco claro) que já teve consequências bem graves, no passado. A eleição deste senhor que se passeia ainda na Sala Oval, é a mais recente.

A concurso temos duas personagens bem diferentes. McCain encarna o verdadeiro espírito americano: heróico, de boas famílias, casado com uma Barbie de carne e osso. Obama, por outro lado, encarna a fuga ao paradigma. A sua condição de afro-americano torna-o especial. É o verdadeiro American dream come true. Curiosamente, aquilo que deveria ser a sua principal força será, a meu ver, a sua perdição. As minorias que se revêem em Obama serão as que respondem às sondagens mas não são as que votam. Quem irá votar, independentemente do que quer que seja ou aconteça, é o redneck típico e o vizinho do subúrbio. Aquele que não pensa em Obama mas em Hussein. Aquele que se lembra dos anos de tortura de John McCain ( e foram cinco, no Vietnam) e não consegue deixar de ver nele o americano modelo entronizado por décadas de cultura baseada em media ultra agressivos e decisivos na formação das opiniões. Quem vai votar em McCain são os cínicos da NRA (National Rifle Association) pois não querem ver um país desarmado e à mercê dos mexicanos, cubanos e negros que não se sentem americanos. McCain terá o voto dos que continuam a apostar na força do petróleo e não vêem com bons olhos estas “modernices das energias alternativas”. McCain tem o apoio explícito dos grandes grupos económicos que vêem em Obama uma grande incógnita. Por isso McCain será o próximo presidente dos Estados Unidos da América. O que é uma pena.

Não sou dos que vê em Obama um candidato sem defeitos, quase perfeito, como o vê de forma quase unânime a comunidade internacional. Julgo até que há ali um Mr. Hide que se poderia revelar com a sua eleição. Depois, a sua Michelle não ajuda. Por mais que tente, a senhora não consegue esconder algum ressabiamento racial que se poderia revelar pernicioso num quadro de aumento de tensões raciais. Nem é tanto o facto de ter personalidade forte que joga contra o seu marido. Pelo contrário, Clinton teve Hillary e foi um dos melhores presidentes americanos da história moderna. Michelle prejudica Obama quando, aparecendo, não consegue disfarçar sentimentos (justos, muitos deles) que trazem ao de cima todo um conjunto de memórias colectivas escondidas no subconsciente do americano comum. Para piorar o quadro, McCain tem a perfeita antítese de Michelle como candidata a vice-presidente, Sarah Pallin. Este contraponto também vai fazer a diferença.

Se fosse americano, e apesar das reservas, votaria Obama. Não sendo, vou observar atento o continuar de toda uma lógica que dificilmente se quebraria agora. O mundo pode andar louco mas não tanto que aceite um Barack Hussein Obama para presidir aos destinos da maior superpotência mundial.