quinta-feira, 10 de julho de 2008

O que venho ouvindo

Recordo Beck e Loser, primeiro single de Mellow Gold, álbum que entrou já na adolescência (1994). Loser nasce de uma tentativa falhada de Beck: o rap fascinava-o e tentou improvisar umas quantas rimas. Como não gostou do resultado final, começou a brincar com o facto de se considerar um loser (falhado). Doce ironia do destino!

A história da música contemporânea também é feita destes acasos que resultam num produto final melhor que a intenção inicial. Com novo trabalho à porta (Modern Guilt), ouvir e relembrar Beck é homenagear um dos mais multifacetados músicos da actualidade e uma forma de melhor percebermos as nuaces melódicas e de estilo que, inevitavelmente, farão a breve trecho, parte do mainstream. Beck é gente com "vistas largas" que não se importa de apontar caminhos. Ouça-se Loser.

2 comentários:

Carlos Lopes disse...

E o novo disco volta a estar ao nível dos ouvidos mais "estranhamente" exigentes... Mellow Gold é muito bom. Odelay nem se fala. Mas há mais: o glam funk de Midnite Vultures faz aparecerr o verão a cada nota, Mutations é o primeiro disco mais cerebral/adulto de Beck. E ainda temos o magnífico Sea Change, o disco de rua que é Guero... Enfim, para quê que te digo tudo isto aqui?! Apenas para concordar com aquilo que dizes dele: Beck vai sempre à frente, mesmo quando ir à frente também é recuar, como no disco que agora chega às lojas.

Jorge A. Roque disse...

Well put. Well said.

Abraço