(exemplo perfeito de uma papoila brava, em Sigulda)
Quisemos (eu e o destino) que uma acção de formação me trouxesse ao país das flores: Letónia. Estou aqui desde ontem ao final da tarde e tenho visto imensas flores. Esta é uma das impressões que tive desde logo: é impressionante o gosto que este povo tem por flores e é perfeitamente banal ver uma mulher com uma flor na mão. À noite, de dia, sempre. Curiosamente não se vê um quéfrô?
Como não há segunda chance de causar boa primeira impressão, eis as minhas boas primeiras impressões da Letónia e de Riga, em particular.
. Estou num hotel situado num edifício recuperado, cujo primeiro projecto data do...século XV (amanhã, por questões logísticas, mudarei para um outro situado aqui a 500m); . As mulheres letãs são, de facto, bonitas. Os produtos dietéticos, por aqui, não têm saída. É que, além de bonitas e altas são extrema e naturalmente magras;
. Dos conjuntos femininos faz parte, invariavelmente, a mini-saia (bem mini), legs, e sapatos com tacão-agulha. Mesmo à noite, com 8ºc andam desta forma, com alças e t-shirts...;
. Este é um país de extremos: não tem o caos dos países de leste mas também não é como os países do ocidente. O parque automóvel, por exemplo, é muito superior ao português. E é ver topos de gama da BMW, Mercedes, Porsche, Lexus, etc. Por outro lado, vê-se muita pobreza, sobretudo nos arredores de Riga;
. A diferença horária de mais duas horas deixa-me marcas. Se normalmente tenho dificuldade em tratar o sono por tu, aqui a ginástica vai ser bem mais difícil;
. O povo letão parece-me simpático e esforça-se por, sempre que solicitado, responder e atender bem. O problema é que só as gerações mais novas falam inglês. Hoje que tirei o dia para visitar Sigulda, uma cidade belíssima a 60 km de Riga, vi-me aflito para comunicar com as gentes e comprar os bilhetes do comboio;
. Nas casas-de-banho das estações, de alguns edifícios públicos e mesmo de aguns centros comerciais, paga-se sempre. Hoje paguei 15 lats (+/- 0,20 €) na estação de Riga;
. Vêem-se bastantes pedintes por norma idosos e alcoolizados;
. Há imensa, mesmo muita agitação nas ruas. Sobretudo à noite. É um rodopio de gente, carros, risos, berros, ameaças, danças, ruídos e muita bebida;
. Muito gostam estes letões de comer e beber nas ruas. Os caixotes do lixo estão sempre atulhados de cartões de pizzas, latas, garrafas e embalagens da McDonalds;
. Por falar nisso, com um euro a comprar 0,70 lats, a nossa moeda não tem grande força por aqui. A excepção será talvez a McDonalds. Os menus são mais baratos mas os hamburgers são bem mais pequenos (!);
. A cidade é extremamente cosmopolita. Se considerarmos como factor a ter em conta, o número de restaurantes japoneses, esta será uma das mais cosmopolitas que já visitei. Há mais num quarteirão do que em Lisboa inteira. E quem diz japoneses, diz Mexicanos, temáticos ou gourmets. Há para todos os gostos;
. Os edifícios são, na parte velha, exemplos perfeitos de Arte Nova. Estão em perfeitas condições e são um regalo para a vista;
. Embora se sinta segurança (há sempre imensa polícia sobretudo no centro), hoje à noite vi, pela primeira vez, num bairro por ande passei, guardas privados. De repente parecia estar na Bósnia (ou na Mérnia, como diz o grande Jô Soares) com indivíduos fardados com camuflado, armados e com coletes de Kevlar;
Vamos ver o que trazem os próximos dias. Amanhã irei para o Radi Un Draugi Hotel e na segunda-feira terá inicio a formação. Como não sei como se diz até já, fico-me com um Uzredzêsanos (adeus).