Vivian Maier foi uma mulher misteriosa. Há quem a descreva recorrendo às célebres palavras de Churchill: um quebra cabeças, embrulhado em mistério, dentro de um enigma. ("a riddle, wrapped in a mystery, inside an enigma"). Viveu na segunda metade do século que passou e, quando não estava a ser ama, dava uso à sua sensibilidade única para registar o que a rodeava. Durante anos levou uma vida tranquila a fotografar e filmar as ruas das cidades por onde passou (sobretudo Chicago e Nova Iorque). É descoberta por puro acaso quando, em 2007, John Maloof, um jovem historiador e amador da fotografia, comprou num leilão, dois lotes de um fotógrafo desconhecido. Eram os cem mil negativos e os setecentos rolos por revelar da fotógrafa Vivian Maier. De repente, o mundo da arte fotográfica descobre imagens únicas e de qualidade e sensibilidade ímpares. A introvertida Maier tornou-se no que sempre rejeitou ser: um grande fenómeno de popularidade. São múltiplas as exposições, blogs, livros e, agora, um documentário ainda em fase de conclusão. As muitas questões que se levantam acerca da vida de Vivian Maier e do porquê de sempre ter escondido a sua paixão, bem como outras características "diferentes" da sua vida, deverão ter alguma resposta em "Finding Vivian Maier", com realização do próprio Maloof e de um menos desconhecido Charlie Siskel. Enquanto o documentário não chega, restam as belas imagens das cidades americanas da segunda metade do século XX, pelos olhos de uma das maiores fotógrafas urbanas de sempre.
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