segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Clubbing: Jazzanova-Balla-Lindstrøm


De experiências anteriores das noites Clubbing na Casa da Música já fui aqui dando eco. A última vez foi um exemplo de má organização e confusão. Ontem as coisas foram ligeiramente diferentes a este nível. Começou bem, com Jazzanova a iniciarem à hora prevista (23.30h, de acordo com um folheto entregue à entrada, com os horários do que estava previsto), mas acabou menos bem com demasiada gente a ter de se afunilar por forma a ter acesso, via escada rolante, dois a dois,  à magnífica actuação de Lindstrøm, no terceiro andar. Pelo meio, uns Balla inexplicavelmente atrasados e sem qualquer explicação a quem os aguardava. Mais uma vez, há coisas que definitivamente não funcionam bem na Casa da Música.
Quanto ao que se passou nos palcos, a estória é diferente. Jazzanova iniciaram a sua actuação com a sala absolutamente cheia. Os 1200 lugares estavam ocupados e havia gente em pé. Mesmo as galerias traseiras se encheram de gente o que trouxe todo um colorido diferente ao colorido concerto do colectivo alemão. Quem esperava ouvir os sons electrónicos, de baixos superlativos, que marcaram o seu início de carreira, ficou desencantado. Os últimos cinco anos, os Jazzanova optaram por um registo bem mais funky e soul. Recrutaram Paul Randolph, um americano de Detroit, de alma Motown, um misto de Ike Turner e Curtis Mayfield que enche o palco com trejeitos de anos setenta e é um poço de energia. Muitas teclas, malha de baixo bem nítida, e electrónica quanto baste. Este é o novo som Jazzanova. Pessoalmente preferia a vertente dos finais dos anos noventa mas não deixou de ser um grande concerto, com alguns momentos muito altos e um final à Bruce/Courtney Cox, com Paul a convidar umas quantas fãs a subirem e dançarem com ele.
Os portugueses Balla vieram a seguir. Com o já referido atraso não anunciado nem explicado, tiveram o seu momento mais alto logo nos primeiros minutos quando Armando Teixeira, da negrura do palco, mostra um aparelho que produzia umas luzes que me pareceram familiares. Tratava-se de um Tenori-On,  da Yamaha. O efeito é brilhante. Literalmente. De resto, foram incapazes de dar corpo ao enorme potencial que têm e de fugir a um registo demasiado semelhante em todos os temas. Foi pena. Como disse o amigo Agostinho, chegaram a ser "chatos".
Para finalizar, a actuação do norueguês Lindstrøm. Na sala Restaurante, no topo da Casa da Música, à frente da cozinha (onde os chefs e restante pessoal continuava a trabalhar, separados por vidros) o produtor, DJ e músico deu um verdadeiro festival de manuseamento de gadgets para fazer música de dança. À sua disposição tinha um teclado (Casio style), um Mac, dois iPad e um iPhone! Isso e tudo o resto na sua cabeça. Durante uma hora e quarenta e três minutos aquele homem não olhou uma única vez para o público tal era o seu grau de atenção e dedicação. Não falhou uma pista, uma batida. Foi como se estivesse a viver um estado quase orgasmático durante todo esse período. Terminou esgotado. E nem aí olhou para aquelas centenas de pessoas que tinhas estado a fruir os seu sons. Foi verdadeiramente uma performance única. Numa noite única de divertimento e entertenimento puros, em boa companhia.
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