terça-feira, 24 de junho de 2008

Yin and Yang

Corria o ano de 2001 e passava uns dias no Algarve quando recebo uma chamado do Carlos. Estava entusiasmado com um álbum que vinha ouvindo. Falou num Wainwright, o que me captou logo a atenção pois conhecia, de outras audições, alguém com nome semelhante. Falei-lhe em Loudon Wainwright III. Que não. Era o filho. Chamava-se (ainda chama) Rufus. Rufus Wainwright e acabava de lançar, na altura, "Poses" o seu segundo LP, na nomencatura antiga. Canadiano, filho de artistas, é dono de uma irritante voz o que se torna mais irritante ainda pois, quando a percebemos, tornamo-nos viciados nela. Foi isso que aconteceu: depois da fase da descoberta, sucedeu a da irritação a que se seguiu a admiração. Devo-te isto, Carlos. Thanks, buddy!
Domingo, lá estarei na Casa das Artes (Famalicão) para o ouvir mais uma vez, e admirar um génio. Ele, num registo intimista, mais o seu piano. Ele e os seus trejeitos de gay assumido e verdadeiramente irritante porque faz da "bichice" um ex-líbris. Ele, mais a sua capacidade de nos fazer fechar os olhos e conseguir visualizar, não aquilo que canta, mas os sons que canta. E a irritação vira calma tal a alma que despeja.
"I Don't Know What It Is" by Rufus Wainwright

1 comentário:

Carlos Lopes disse...

Também tu me fizeste o mesmo... Lembro-me, por exemplo, do David Sylvian. Também de início a coisa não foi garantida, mas depois...

Não sou invejoso, como sabes. Mas que gostava de estar lá no concerto, lá isso gostava.

Abraço. A coisa para o Optimus Alive não está fácil...