sábado, 28 de junho de 2008

O tempo que me resta



Este texto do Carlos, diz-me muito. Como ele (o Carlos) tenho na despensa da memória as loucas correrias que se faziam, por razão nenhuma. Nós, basicamente, corríamos. Raramente andávamos. Jogávamos "à bola" e corríamos; jogávamos volley e corríamos; corríamos para ir para a Praia de Carcavelos; corria-se na praia; corria-se no regresso. No regresso da praia, um pormenor: corríamos e jogávamos às matrículas. Escolhido o número de cada participante, sempre que passasse um carro cujo último número da matrícula coincidisse com o número escolhido por um dos participantes, este teria de carregar os sacos e as toalhas de todos os outros. Até aparecer outro carro que coubesse em sorte a outro competidor, recuperando o azar de ter a pesada tarefa a executar. Grandes tempos!

Aqui está o texto de Carlos M.V.Lopes:

"Tenho a memória dispersa em pequenos fragmentos, peças de um puzzle que dificilmente se encaixam. Lembro-me das loucas correrias da infância! E penso que talvez tenha quebrado a barreira do tempo e envelhecido mais depressa de tanto correr. A intensidade dos dias, o ruído das vozes nos pátios, o eco dos sons e das palavras, o que ficou por fazer e por dizer...
Talvez seja esse o sentido da existência: fazer da memória o travão mais seguro para retardar o fim da corrida do tempo que resta."

Bem hajam, amigos!

* estas imagens foram retiradas do site do Janeca (http://olharmacro.blogspot.com)

Obs: Este foi o primeiro post construído com pedaços dos blogs de cada um de nós, bons amigos (eu, o Carlos e o Janeca). Venham mais.

1 comentário:

Carlos Lopes disse...

Isso, venham mais! Um abraço, amigo.