segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Top eleven


Não consegui. Tentei mas tinha mesmo que transgredir a regra do Top Ten e acrescentar mais um. Eis então o top de 11 álbuns que me encheram as medidas em 2014. Num ano extremamente prolífico,  com resultados finais cheios de qualidade; marcado pelo ressurgimento de sons mais orgânicos e do hip-hop (Run The Jewels, FKA Twigs, Sleaford Mods); e pela estranha histeria à volta de The War On Drugs (nada como uma boa promoção para vender e aparecer em tudo o que são Tops), estes são os discos que me fizeram... neste ano que agora termina. O critério é a ordenação alfabética.
p.s. só o tardio contato (estes últimos dois dias, graças ao velho compadre) com o último trabalho de Tom Zé, "Vira Lata Na Via Láctea" me impedem de o colocar na lista. Mas talvez merecesse. Estes discos, ao chegarem aqui, tiveram horas de audição e não foi o caso do trabalho do ancião tropicalista.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Música surda


Como num louco mar, tudo naufraga.
A luz do mundo é como a de um farol
Na névoa. E a vida assim é coisa vaga.

O tempo se desfaz em cinza fria,
E da ampulheta milenar do sol
Escorre em poeira a luz de mais um dia.

Cego, surdo, mortal encantamento.
A luz do mundo é como a de um farol...
Oh, paisagem do imenso esquecimento.

Dante Milano

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Melodias que me fizeram...

Del Amitri - "Nothing ever happens" (1989)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Não discuto

não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino

Paulo Leminski

sábado, 13 de dezembro de 2014

Sorriso do dia

Eis Landon quando vê, pela primeira vez, as suas irmãs gémeas:

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Quando estou só reconheço

Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.

E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.

Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Melodias que me fizeram...

Kings Of Convenience - "The Build-Up" (2004)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O olhar é um pensamento


O olhar é um pensamento.
Tudo assalta tudo, e eu sou a imagem de tudo.
O dia roda o dorso e mostra as queimaduras,
a luz cambaleia,
a beleza é ameaçadora.
- Não posso escrever mais alto.
Transmitem-se, interiores, as formas.

Herberto Helder

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Avarandado


Quarta nota para a manhã infinita:

Afinal o grande amor
Não garante nada mais
Do que as 12 graças
Desdobradas pelos
Corredores do mundo agora isso é mais
Do que suficiente
E apesar dos bofetões
Do tempo invertido
Apesar das visitas
Breves do pavor
A beleza é tudo
O que permanece.

Matilde Campilho

Visões


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Menos é mais

O quebra-nozes Naomi. Disponível na Reddot Shop.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Melodias que me fizeram...

Hard-Fi - "Give it up" (2011)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"Night noises are my noises" *


No último sábado testemunhei o regresso de Will Oldham, aka Bonnie "Prince" Billie, aos palcos portugueses. Há três anos atuou no C.C. Vila Flor em Guimarães, por alturas do lançamento de "Wolfroy Goes To Town". Agora, apresentou-se no espaço GNRation (espaço muito interessante e a ter em consideração, tal a qualidade da programação), em Braga, com Matt Sweeney (guitarra), Emmet Kelly (guitarra), David Ferguson (contrabaixo) e Van Campbell (bateria). Como quase sempre, os músicos que o acompanham resultam num pouco habitual alinhamento: com exceção de Kelly, todos os outros colaboram a espaços com Bonnie e é raro estarem juntos em palco. Também por isso a noite foi especial. O pretexto foi a promoção de "Singer's Grave/A Sea of Tongues", o seu mais recente trabalho que resulta, maioritariamente, na remistura de canções de "Wolfroy Goes To Town". Em entrevista recente ao Jornal 'i', Will afirma: "Porque não dar às pessoas a oportunidade de ouvi-las outra vez?" Mas não nos contentamos com não saber o porquê dessa generosidade. "Quando se faz um disco começa-se com um grupo de canções, independentemente de para onde elas vão durante o processo. Mais que revisitar o disco em si, quis revisitar estas canções, um grupo de temas que tivesse ganho vida. Havia muito nessas canções que queria que fosse ouvido, mas o que acontece actualmente é que as pessoas não têm tempo, energia ou dinheiro para conhecer as coisas". E foi o que aconteceu. Durante duas horas e três regressos ao palco, as cerca de 160 pessoas testemunharam novas roupagens para temas (relativamente) conhecidos. A opção de BPB foi clara: transformar velhas canções, com toadas claramente mais encostadas ao espetro mais country do estilo americana que o carateriza. Não sendo eu admirador confesso do género country, a receita resultou. A voz foi, em alguns momentos, emprestada a David Ferguson num registo de total partilha: foram várias as vezes em que Will se virou para os colegas de palco; noutros conversava de forma descontraída, quase como se não estivesse a atuar, sobretudo com Matt Sweeney (outra grande figura da música atual), a propósito de uma nota ou de uma interpretação musical. O tempo passou mais rápido do que o habitual. Não fosse a versão 78 rpm do clássico "I See A Darkness" (uma pena!) e o perfume de Nashville, Tennessee, testemunhado no final, em pessoa, com os músicos a assinarem os seus trabalhos, teria assentado que nem uma luva. Até à próxima.



* Verso de "Night Noises"

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sam e Monty

John Lewis, uma rede de lojas generalistas do Reino Unido, é famosa pelos seus anúncios para a época de Natal. O deste ano relata as aventuras de Sam, o rapaz, e Monty o pinguim seu amigo, e é delicioso.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Melodias que me fizeram...

Sparklehorse - Sad & Beautiful World

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Melodias que me fizeram...

The Housemartins - Flag Day (1986)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Vanilla, Strawberry, Knickerbocker glory


Sábado à noite, os britânicos Fujiya & Miyagi apresentaram-se no Porto, no Hard Club, para divulgarem o seu mais recente álbum, “Artificial Sweeteners”. A noite estava perfeita e o espaço acomodou umas poucas centenas de almas em busca do som que o duo de Brighton (Steve Lewis-Fujiya e David Best-Miyagi) vem fazendo desde 2000. Ainda que menos mediáticos, tão ilustre visita merece sempre uma espreitada de corpo inteiro.
Em 2008, a propósito de um concerto de Fujiya & Miyagi a que assisti e que comparei à prova de um vinho (na altura a experiência deixou esta sinestésica impressão), escrevi: "Impenetrável de início. Retinto. Com reflexos púrpura às vezes e de todas as outras cores, outras vezes. Tal como expectável, o nariz foi dominado por um frutado de Transparent Things e Lightbulbs, muito concentrado e potente, coordenado pelo que se ouvia e via, e onde imperavam os aromas de krautrock. Notas de teclas, um poderoso baixo, guitarra e uma inesperada bateria com apontamentos de vai e vem. O palato foi rico e voluptuoso, pouco aveludado como convinha, e onde ninguém se lembrou dos taninos mas que, de certeza, estavam muito bem integrados e envolvidos por sabores de suculentos sons que, lentamente, sem geleia de fruta ou chocolate preto, levaram a um final apoteótico com toda a gente longe da cadeira. Foi assim Fujiya & Miyagi na última sexta-feira, em Famalicão".
Belos tempos!!
Hoje, este palato dificilmente daria origem às mesmas exatas sinapses como registo do que aconteceu no sábado. "Artificial Sweeteners" é um disco bem diferente de "Lightbulbs" que inspirava a visita dos ingleses há seis anos. As tonalidades inspiradas em Can ou Neu! são menos claras e o som que produzem é mais orientado para alguma cadência de Clubbing, com texturas mais eletrónicas, e  ritmos a puxar ainda mais à dança. E foi ao ritmo de temas como "Reyleigh Scattering", "Acid To My Alkaline", "Tetrahydrofolic Acid" ou "Minestrone" (numa versão alargada que me encheu as medidas) que se passou a noite. Ou o vinho evoluiu ou a sinestesia caiu mas, no final, da mesma forma, ficou um sorriso.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A lua no cinema

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

Paulo Leminski

sábado, 18 de outubro de 2014

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

domingo, 12 de outubro de 2014

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dicionário de escrita inteligente?!

"As crónicas são um galope diferente, que me seca a cadência do livro e me atrapalha o ritmo. O segredo de escrever é ser estrábico, ter um olho na bola e outro nos jogadores (...) descobri-me lagarto numa pedra, à coca, muito quietinho, rodando as pupilas para sítios diferentes, guloso da mosca de uma frase."
António Lobo Antunes em entrevista à revista Visão (dezembro de 2013)


Era engraçado que o autor destas palavras fosse amanhã premiado. Nunca se sabe. Pode ser que a lógica interna da Academia Sueca considere que dezasseis anos bastam para que se possa premiar outro escritor português.


(Editado às 23:09, 09.10.14
O prémio foi entregue a Patrick Modiano. Ainda não foi desta.)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Down all the way

©iPhone
©iPhone
Morrissey atuou ontem no Coliseu de Lisboa. Estive lá para constatar o que já desconfiava: Steven Patrick Morrissey prestou um mau serviço a quem admira o seu trabalho a solo e a quem o admira pela contribuição dada enquanto frontman dos The Smiths. Ao centrar a sua atuação neste seu último trabalho (The World Peace Is None Of Your Business), Morrissey condenou-se. Em baixo de forma, com um discurso neo-anarca descontextualizado da realidade, e falho nas opções de alinhamento, o espectáculo de ontem valeu pela companhia e pela recriação dos quatro temas dos The Smiths (com destaque para o inesperado "Asleep"). Dispensava este retrato de um dos meus ídolos de juventude mas é um pouco o que fica. A continuar assim, não tarda, Morrissey está pronto para o Rock In Rio. E esse será o ponto mas baixo da sua carreira.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Melodias que me fizeram...

Bonnie 'Prince' Billy - The Way (2003)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Sinais dos tempos

A atriz Kirsten Dunst em vídeo que chama a atenção para a crescente perda de humanidade dos contatos pessoais. Critica-se a sobreposição da vida virtual relativamente à mais física, mais real, no que é, um pouco, o retrato do hoje.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

é tudo mais forte do que nós

"um problema com o ser-se velho é o de julgarem que ainda devemos aprender coisas quando, na verdade, estamos a desaprendê-las, e faz todo o sentido que assim seja para que nos afundemos inconscientemente na iminência do desaparecimento. a inconsciência apaga as dores, claro, e apaga as alegrias, mas já não são muitas as alegrias e no resultado da conta é bem-visto que a cabeça dos velhos se destitua da razão para que, tão de frente à morte, não entremos em pânico. a repreensão contínua passa por essa esperança imbecil de que amanhã estejamos mais espertos quando, pelas leis mais definidoras da vida, devemos só perder capacidades. a esperança que se deposita na criança tem de ser inversa à que se nos dirige. e quando eu fico bloqueado, tão irritado com isso sem dúvida, não é por estar imaturo e esperar vir a ser melhor, é por estar maduro de mais e ir como que apodrecendo, igual aos frutos. nós sabemos que erramos e sabemos que, na distração cada vez maior, na perda de reflexos e de agilidade mental, fazemos coisas sem saber e não as fazemos por estupidez. fazemos por descoordenação entre o que está certo e o que nos parece certo e até sabemos que isso de certo ou errado é muito relativo. é tudo mais forte do que nós."

Valter Hugo Mãe

domingo, 28 de setembro de 2014

O que quer dizer

O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.

Paulo Leminski

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Take Away Show

Um dos projetos musicais mais interessantes dos últimos anos. Aqui, a estória do disco que foi recuperado da prateleira para me encher a noite.

The Antlers - Two e Epilogue de Hospice (2009)

Epilogue

In a nightmare, I am falling from the ceiling into bed beside you.
You're asleep, I'm screaming, shoving you to try to wake you up.
And like before, you've got no interest in the life you live when you're awake.
Your dreams still follow storylines, like fictions you would make.

So I lie down against your back, until we're both back in the hospital.
But now it's not a cancer ward, we're sleeping in the morgue.
Men and women in blue and white, they are singing all around you,
with heavy shovels holding earth.
You're being buried to you neck.
In that hospital bed, being buried quite alive now.
I'm trying to dig you out but all you want is to be buried there together.

You're screaming,
and cursing,
and angry,
and hurting me,
and then smiling,
and crying,
apologizing.

I've woken up, I'm in our bed, but there's no breathing body there beside me.
Someone must have taken you while I was stuck asleep.
But I know better as my eyes adjust.
You've been gone for quite awhile now, and I don't work there in the hospital
(they had to let me go.)

When I try to move my arms sometimes, they weigh too much to lift.
I think you buried me awake (my one and only parting gift.)
But you return to me at night,
just when I think I may have fallen asleep.
Your face is up against mine,
and I'm too terrified to speak.

You're screaming,
and cursing,
and angry,
and hurting me,
and then smiling,
and crying,
apologizing.

Que volte

Em noite povoada por música, passei pelo site de Riuchi Sakamoto e lamentei a notícia. Que se restabeleça depressa e...volte. Os génios fazem cada vez mais falta.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sons de outono

Fink - 'Keep Falling'

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Momentos que me fizeram...

Monty Python - "I'd like to buy a hearing aid"

sábado, 20 de setembro de 2014

Aviso aos náufragos


Esta página, por exemplo,
não nasceu para ser lida.
Nasceu para ser pálida,
um mero plágio da Ilíada,
alguma coisa que cala,
folha que volta pro galho,
muito depois de caída.

Nasceu para ser praia,
quem sabe Andrômeda, Antártida
Himalaia, sílaba sentida,
nasceu para ser última
a que não nasceu ainda.

Palavras trazidas de longe
pelas águas do Nilo,
um dia, esta página, papiro,
vai ter que ser traduzida,
para o símbolo, para o sânscrito,
para todos os dialetos da Índia,
vai ter que dizer bom-dia
ao que só se diz ao pé do ouvido,
vai ter que ser a brusca pedra
onde alguém deixou cair o vidro.
Não é assim que é a vida?

Paulo Leminski

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

"Desmembramento de um semicírculo"

© Albrecht Schnider
Certo que nos dedicamos
a místicas peregrinações.
Exercitamos a respiração,
lutamos brigas orientais,
praticamos uma e sete vezes
a tradução do poema chileno.
Mas no fundo sabemos
que o que importa mesmo
é roçar a superfície negra
da pele do peito do anjo
que está vivo
que não dorme.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Coisas que saúdo

©tothepointwithbozic.com
Um artigo bem a propósito de outras palavras aqui do canto HZ.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Pela sua saúde

...o verdadeiro "game changer".

(lá para o início de 2015)

...and again

Eis o Apple Watch.

They did it again

O novo iPhone (iPhone 6)...desde há dois minutos!


...


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Momentos que me fizeram...

Monty Python - "Kilimanjaro Expedition"

terça-feira, 12 de agosto de 2014

F é r i a s


Estarei fora algumas semanas mas, do que viver, tentarei partilhar o possível. Aqui. Vou-me em busca do verão antes que chegue o outono. Até já.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Lazaretto


A notícia não me espanta tal a quantidade de novidades neste vinil. O meu deve chegar hoje depois de mês e meio de espera. Quem anunciou a morte do "disco de negro" deve estar a coçar a cabeça, intrigado. A força dos nichos de mercado nunca deve ser menosprezada. Pelo contrário.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Melodias que me fizeram...

Bill Callahan - "Sycamore" (2007)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

20000 dias sem légua na terra


Chama-se  "20000 days on earth" e é a mais recente incursão de Nick Cave na sétima arte. O argumento acompanha (ficção...realidade...) o ator/músico Nick Cave no dia em que celebra o seu dia 20000 de vida, relevando (e revelando) o seu processo criativo, num registo tonal com algumas semelhanças a "The secret life of a love song". O músico australiano não desgosta de se partilhar através dos seus livros, discos ou filmes. Nós agradecemos. Estreia a 21 de agosto e deverá chegar cá em setembro.


Obrigado, Mili.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Novos sons...

...para quem descobriu, tardiamente, Jen Cloher.
Jen Cloher - Toothless Tiger

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Melodias que me fizeram...

The Stranglers - Golden Brown (1981)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

domingo, 13 de julho de 2014

Novos sons

Hiss Golden Messenger - "Balthazar" (2014)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Novos sons

Broken Bells - "Perfect World"

terça-feira, 8 de julho de 2014

Menos é mais




 Pode ser comprado aqui, no site da Unikia, cheio de boas ideias.

domingo, 6 de julho de 2014

True detective


Não é apenas a forma como o enredo se vai adensando nos cenários de ambiências misteriosas no sul dos Estados Unidos. Ou ainda a força das personagens interpretadas por dois dos maiores atores do momento (Matthew McConaughey e Woody Harrelson). Considere-se também a fantástica banda sonora (The13th Floor Elevators, Townes Van Zandt, Grinderman, etc) que suportam diálogos realistas e muito bem pensados. True detective é a prova, mais uma, da ascensão do formato em detrimento do filme tradicional. E os oito episódios desta primeira temporada são curtos para tanta qualidade.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Novos sons

The Antlers regressam com "Familiars", álbum que tem estado a rodar por aqui. Sons de nostalgia. Altamente recomendável.
The Antlers - "Palace"

segunda-feira, 30 de junho de 2014

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Melodias que me fizeram...

Echo & The Bunnymen - Bring On The Dancing Horses (2001)

Nem honra nem glória

Foto O Jogo

Acabou o Mundial para a seleção de Portugal. Mantive a esperança até mesmo ao fim, contrariando constantes processos racionais que se revelaram óbvios. Sobram uma série de equívocos e, sobretudo, questões imensas relativamente a opções, à falta de atitude e a alguns comportamentos de jogadores e equipa técnica. Este fim de participação da seleção nacional no torneio abre ainda, e de forma oficial, a caça às bruxas, e os próximos dias serão penosos. Fica a desilusão, esse sentimento de cura difícil e demorada. Há-de passar. Cá estaremos para o próximo. É sempre assim!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Novos sons

Depois de "An Awesome Wave", o projeto Alt-J tem regresso marcado para setembro com "This Is All Yours". Este é o primeiro avanço.

alt-J - Hunger Of The Pine (2014)

terça-feira, 24 de junho de 2014

quinta-feira, 19 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Regular

Pixel Panties, quando menos é mais

A dupla portuguesa Sebastião Teixeira e Cesaria Martins concebeu uma ousada proposta (ainda em crowdfunding mas com objectivos conseguidos): uma linha de cuecas femininas chamada Pixel Panties. O nome deriva do efeito 8-bit, tão característico dos gráficos dos primeiros computadores e realça os peculiares quadrados ampliados, os pixels. Os "donativos" em troca do produto final prolongar-se-ão até 1 de Julho no site da Indiegogo






sexta-feira, 13 de junho de 2014

Novos sons

Jack White - "High Ball Stepper" (Lazaretto-2014)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Saúdo...

...a chegada do Mundial 2014 (com fé na equipa nacional, para que conste).


NOtaS do Primavera Sound


A quase completa falta de disponibilidade justifica que só hoje consiga deixar algumas notas soltas do que foi o NOS Primavera Sound 2014, para registo de memória futura.
A oferta era variada pelo que era necessário algum critério na seleção do que se ia ver. Assim, a atenção foi dividida da seguinte forma:

5ª feira - 5 junho
Spoon
Caetano Veloso
Hendrick Lamar
Jagwar Ma

6ª feira - 6 junho
Television performing “Marquee Moon”
Courtney Barret
Pixies
Mogway
Shellac

Sábado - 7 junho
Lee Ranaldo And The Dust
John Grant
Charles Bradley
!!!
Caetano Veloso
. Caetano reinventa-se. Este registo onde celebra o seu mais recente trabalho, “Abraçaço”, com o apoio da Banda Cê, não é o que mais agrada ao “grande público”. Este ainda vai atrás do Caetano do Leãozinho (que acabou por entoar mesmo no final) e de outros êxitos mais antigos. Mas Caetano é assim, anda sempre um passo à frente e, soberbamente ajudado pela Banda Cê que o segue desde 2006, começa com “A Bossa Nova é Foda” e embala-se durante quase duas horas em toadas rockeiras, dando razão àqueles que pensaram a sua presença no alinhamento deste evento. Este Caetano é muito rock. Num momento, até a pose sempre controlada dá lugar, em “Homem”, a um gesto mais rebelde, quando se rebola no chão. A guitarra de Pedro Sá suporta-o, e a bateria do excelente Marcelo Calladocomo reforça esta ideia. Quase repete o alinhamento do concerto de Abril em Lisboa (tão bem relatado pelo velho amigo Carlos Lopes, aqui) e deixa-nos a todos incrédulos porque está a cantar melhor do que nunca e dos seus quase 72 anos não há notícia.
Caetano Veloso
. Esperava mais de Jagwar Ma. Os australianos começaram a atuar depois das 2 da manhã e aí a disponibilidade para o revivalismo raver do psicadélico Howlin’ é já muito pouca. A hora, porém, não justifica tudo: a voz de Gabriel Winterfield soava a empastelada e “The Throw” ou “Man I need” não soaram como deviam. Muito falhou. Fica para outra altura.
Television

. Marquee Moon, e a sua recriação pelos influentes Television era, para mim, um dos motivos de maior interesse do NPSound deste ano. O disco data de 1977 e é um dos sons que roda cá por casa bastantes vezes. Tom Verlaine continua em grande forma, atuou no Palco ATP com os Television originais (Fred Smith e Billy Ficca) e Jimmy Rip no lugar de Richard Lloyd na guitarra. É impressionante a forma como quase nenhum acorde do trabalho original falhou. Um dos momentos altos do festival. Infelizmente, por coincidência de horário, das Warpaint vivi apenas pequena amostra mas as norte-americanas podem sempre ser vistas noutra ocasião.

. Courtney Barrett foi uma das agradáveis surpresas por aqueles dias. A australiana mostrou que, do copo do psicadelismo, tanto se bebe folk como country ou rock. Muita alma e um excelente público no cantinho do palco Pitchfork.
Courtney Barrett
. Os Pixies têm uma rodagem que os torna sempre competentes no que fazem. Assim foi. Apenas. Salvaram-se os velhinhos temas que foram a minha (e de tantos outros que estavam presentes) banda sonora da adolescência: "Mr. Grieves", "La La Love You", "Gouge Away" ou "Hey". A banda de Franck Black não me entusiasmou. Os temas do seu mais recente "Indie Cindy" precisam ainda de muito trabalho, revelando-se perfeitamente dispensáveis. Competiram com o vento frio que se fazia sentir, para o arrefecimento da noite.

. Espreitei Mogway com alguma atenção. Pouco mais.

Shellac
. Quando os Shellac tocaram já a madrugada de sexta estava confortavelmente instalada. Apesar disso, o palco ATP era mirado por largas centenas que aguardavam o trio liderado por Steve Albini. Descobri recentemente Shellac mas sabia que o som que fazem seria garantia de bons momentos no NPSound 2014. Assim foi. O clássico power trio funcionou às mil maravilhas. E como sou  apreciador do género! Os Shellac soam em palco como nos seus discos: a guitarra de Albini tem um característico e omnipresente som metálico; Trainer, o baterista, não toca.... castiga (repetidamente) as caixas e pratos da sua bateria; e o baixista Bob Weston faz das cordas da sua viola baixo o brinquedo com que, literalmente, se recria , percorrendo todo o palco, na marcação e definição do ritmo. No posicionamento em palco, os três estão alinhados, o que não deixa, também, de ser diferente do habitual. O trio percorre os diversos temas de uma forma que revela profunda confiança e o som que produzem é de tal forma poderoso que se duvida que sejam só três os elementos da banda. Poderoso.
John Grant
. John Grant deu um fantástico concerto, sempre de sorriso aberto, perante uma legião de fãs que se deixou encantar pelas suas canções. A revista "Mojo", aquando da saída de "Queen of Denmark" em 2010, classifica-o de "clássico moderno". É uma boa definição para a música de Grant, tão cheia de dor (relações terminadas, o HIV, os vícios, etc) mas, também por isso, tão melódica e pungente. As suas letras tocam-nos a todos de alguma forma embora Grant seja o menos subtil dos poetas (atente-se na letra de GMF, por exemplo). A setlist foi relativamente curta mas sempre se pôde ouvir e repetir, acompanhando, "GMF", "Where Dreams Go to Die", "Glacier" ou "Queen of Denmark".

. Charles Bradley fez-me prescindir de ver os The National. Não me arrependi nem um bocadinho. O senhor que gravou o seu primeiro disco quando já contava com 63 anos, tem uma forma muito peculiar de estar em palco. Todo ele é festa. Dono de enormes semelhanças com James Brown, nos trejeitos, roupa e coreografias de palco, Bradley apresenta-se como o novo profeta da música soul e funk. Muito ritmo e dança. Para recordar.
Charles Bradley 
Charles Bradley
. Terminei o festival com os !!! (lê-se tchik tchik tchik), projeto que já acompanho desde 2004 com a edição de "Louden Up Now". A noite estava fria mas logo aqueceu. E, felizmente, não choveu. Se choveu, não senti.