sexta-feira, 28 de junho de 2013

Alt-J

Um enorme clip para uma enorme faixa de um grande grupo.

Alt-J  - "Breezeblocks"

sábado, 22 de junho de 2013

Equilíbrio

E se a solução para excesso de comunicação e uso do seu telemóvel num bar, passasse pelo próprio aparelho? Esta foi a solução encontrada por Salve Jorge (!), um bar brasileiro. A integridade do copo de cerveja depende do iPhone e afins. Brilhante.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Para escrever o poema


O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.

O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.

O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.

Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.

Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.

Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.

Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.

A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.

E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.

E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.

O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito

Nuno Júdice

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Manifesto criativo

Todo o pedacinho de animação é belo, surpreendente, fluído, e tem a capacidade única de explicar o processo criativo de uma das mais inovadoras empresas tecnológicas do mundo. Uma empresa que cria paradigmas invadindo, legitimamente, o mundo da criatividade e do design. Gráfico e de produto. Assim é a Apple. Este foi o vídeo que abriu a mais recente apresentação de produtos da marca (WWDC) e que nos recorda a sua forma de ver o mundo. O design só deve ter um objectivo: servir-nos eficazmente e, se possível, deixar-nos um sorriso quando nele reparamos. Aqui revela-se o segredo que contribui para a fusão de letras, vidro, ícones, metal, sons, números, plástico e emoções. É a poesia de um manifesto.



"Varsity"

Smith Westerns - "Varsity"

Oddities

Black and WTF é um tumblr que procura imagens estranhas e diferentes, com largas dezenas de anos. Bizarro e enigmático, vale a visita. Já valeu uns sorrisos.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Cidades em movimento

Rob Whitworth é um fotógrafo urbano e realizador de cinema que trabalha sobretudo com a técnica de time lapse. Quando bem trabalhada, esta técnica aborda aspectos do quotidiano que não são perceptíveis a olho nu, num bailado de movimento sempre fascinante. É o caso deste trabalho filmado em Ho Chi Minh, Vietnam.


No seu último trabalho, This is Shangai, Rob explora a cidade que em 1980 não tinha um único arranha-céus e agora tem o dobro dos de Nova Iorque... cerca de 4000! 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Estranha magia

A estranha magia de Dirty Beaches.

Dirty Beaches - "Lord Knows Best"

segunda-feira, 10 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Momento WTF do dia


O Departamento de Transportes de Londres: THINK! encomendou um anúncio para sensibilizar para os perigos da condução depois de beber. O anúncio, da responsabilidade da agência Leo Burnett, foi gravado num pub da zona norte de Londres e, supostamente, aproveita imagens reais de gente real. Intitula-se, apropriadamente, Pub Loo Shocker. Vendo o anúncio percebe-se porquê. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Genial, quando menos é mais






Pode ser adquirido aqui.

Telas


a minha primeira e única esposa
pintou um quadro
e falou comigo
sobre ele:
"É tudo tão doloroso
para mim, cada pincelada é
dor...
um erro e
todo o quadro fica
arruinado...
nunca vais entender a
dor ... "

"olha, querida," disse
eu, "por que não fazes algo fácil,
algo que gostes de
fazer?"

ela apenas olhou para mim
e acho que foi a primeira vez que entendeu
a tragédia de estarmos
juntos.

tais coisas normalmente
começam
nalgum lugar.


Charles Bukowski

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Simbiótico

A IBM encomendou à Ogilvy uma forma de promoção mais consciente, de onde o cidadão pudesse retirar algum proveito. O resultado é bastante interessante. Chama-se "People for smarter cities" e a mensagem é acompanhada pela disponibilização e criação de objectos com um objectivo, um propósito útil. É a forma aliada à função, num piscar de olho da entidade institucional ao cidadão comum, envolvendo-o não só no produto final, como na sua conceptualização.

Melodias que me fizeram...

Billy Bragg - "Greetings to the New Brunette"
(aqui na versão original)

Se recebesse um euro por cada vez que ouvi este tema...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Sons da Primavera II


Na última Quinta-feira estive mais uma vez no Optimus Primavera Sound, desta vez no Porto e no magnífico Parque da cidade. Muita gente, excelentes condições e um cartaz que prometia. Ainda com o sol da Primavera a iluminar aquela mole de gente, as hostilidades tiveram início com os norte-americanos Wild Nothing e a sua pop ligeira, e um som cheio, com muitas guitarras a marcar o compasso. Interessante. Seguiram-se as Breeders das irmãs Deal: som dos Pixies revisitado, ainda que sob a designação do seu novo trabalho (tocado na íntegra) Last Splash. A primeira nota revivalista da noite. 
Dead Can Dance no écran

À hora do jantar juntaram-se mais revivalistas dos anos 80 com os Dead Can Dance. Confesso que vi mal e ouvi mais do que vi. O som é demasiado datado e teve o seu tempo. Nesta fase falta-me a paciência para tanto revivalismo. Saudei, ainda assim, a célebre Song to The Siren, um original de Tim Buckley, bem urdido pela vozes de Lisa Gerrard e Brendan Perry que continuam a ter presença que enche um palco. 

Seguiram-se os americanos Deerhunter. Deles perdi o rasto depois de Halcyon Digest (2010). Conheço mal Monomania (2013) e confesso que, talvez por isso, não tenha opinião melhor do que “parece-me que cumpriram”… 

Chegou depois o grande mago Nick Cave, acompanhado pelos seus fieis Bad Seeds. Aqui, curiosamente, não se sente qualquer revivalismo. Parece que tudo é novo. É como se, de cada vez que o vejo, um auto reset acontecesse e, de repente nunca o tivesse visto ou ouvido. É esse o sentimento que prevalece e pressente dentro da chamada lógica de grupo. Sente-se no ar uma espécie de momento quase litúrgico que se antecipa belo. O homem é o verdadeiro animal de palco que faz de cada concerto um desafio para ganhar. E ganhou. Deu um concerto enorme, cheio de garra, com a recuperação de temas muito além de Push The Sky Away o seu último trabalho.
Entre temas “obrigatórios” de promoção deste álbum, ia questionando o público “What do you wanna hear now!?”, num registo de provocação e de consciente atitude de conquista de um público que se rendia logo ao segundo tema. Em From her to eternity, terceiro tema a ser tocado, percebeu-se imediatamente que aquela iria ser a sua noite, puxando de galões que lhe pertencem na totalidade. Seguiram-se Jack the ripper, The weeping song (a propósito deste tema registo um sound byte ouvido por uma das inúmeras caras bonitas que povoavam aquele espaço: “podia ser a banda sonora da Bíblia”... e podia mesmo!), The mercy seat e o fenomenal Red right hand. Várias vezes dançou com o público, invadindo o seu espaço, num ballet de sedução que domina inteiramente. Seguiram-se We real cool e Push the sky away, já depois de ter ameaçado deixar o palco do Primavera Sound. O concerto termina quase em catarse, com o público a pedir mais mas as regras de festivais têm limitações quanto a encores. E foi pena. Por mim e por toda aquela gente, tinha continuado mais noite adentro. Mas não. O mago retirou-se e o público preparou-se para o newby James Blake. 

Com apenas dois trabalhos editados (James Blake-2011 e Overgrown-2013), a curiosidade de ver a transposição do estúdio para o palco era grande. A sua voz de timbre marcante, de registo que leva a um certo enlevo musical, bem como a composição da banda que o acompanha (percursão e teclas+electrónica) remetia para algumas dúvidas de que a fórmula resultasse ao vivo. A tardia hora (começou já bem depois das 02.30h) também era factor a ter em conta e o facto de tocar depois de Nick Cave eram tudo factores que “jogavam contra”. Surpreendentemente a coisa resultou em pleno e o londrino acabou por terminar a primeira noite do festival em grande. Fica a ideia de que, o que concorria de início para enfraquecer a sua actuação, contribuiu para a fazer resultar.
James Blake
A electrónica a seguir ao rock; a juventude a seguir à “veterania”; a postura tranquila em palco, a seguir aos trejeitos de quem já percorreu milhares de km e de palcos. A música de James Blake foi a cereja orgânica em cima do bolo de chocolate. Ouvir Limit to your love, Overgrown, To the last, entre outras, foi o bálsamo que todos precisávamos para levar connosco uma noite inesquecível. O cheiro que permanece no dia e dias seguintes. A história faz-se de momentos destes.