sábado, 2 de janeiro de 2010

Up

A história da Pixar funde-se (e confunde-se) com a história do cinema animado. Primeiro surgiu a Disney. Depois, a Pixar. Hoje temos a Disney/Pixar... A Pixar está para o cinema de animação como a Apple está para o mundo da informática. Esta comparação não é inocente: a empresa foi fundada por Steve Jobs durante os tempos em que este, num dos erros mais crassos da estória da gestão empresarial recente, foi afastado da empresa que fundara. Com John Lasseter (que Jobs foi resgatar à Disney) e Ed Catmul, a empresa, no meio de inúmeras dificuldades, soube seguir o sonho dos seus fundadores e foi pioneira nas técnicas e processos de fazer animação, em meados dos anos 80. Toy Story foi o primeiro filme animado, a fazer uso da CGA (computer generated animation). Hoje, praticamente, só se faz animação desta forma.
Impressiona o processo, a perfeição dos movimentos em 3D, o jogo de sombras/luz, e os pormenores. Ai a perfeição dos detalhes! No entanto, mais do que tudo, ou melhor, aquilo que também me marca e encanta, são os guiões, as suas personagens mais os seus trejeitos, e a pilha de private jokes que só os adultos conseguem entender. Em Wall-E vemos, nas cenas iniciais, a evocação de um certo passado que só alguns de gerações dos vinte anos finais do século passado, entenderão. Do som inicial do robot (quem tem um Mac, reconhece-o) ao "lixo" que vai sendo coleccionado onde se encontra, por exemplo, um famoso cubo de Rubik. Tudo tem um propósito, e este passa muito pelo verbo "encantar". Os filmes da Pixar são mágicos. E foram mágicos os momentos que vivi ao assistir a Up. Up destronou Wall-E como a melhor e mais encantadora animação que vi. E vejo-as quase todas. Está tudo dito.
Que bela maneira de começar o ano!

1 comentário:

Yanneck disse...

Partilho da tua admiração pela história de Up. Definitivamente. As personagens são quase reais, os seus sentimentos são ainda mais reais e o enredo é qualquer coisa de simples, bonito e animador.
Eu, como tu, "nascemos" para a animação por entre pedaços polacos de plasticina e outros materiais checoslovacos pela mão do Vasco Granja.
"Crescemos" com os finais quase idênticos dos episódios do bip-bip e do coiote, da pantera cor-de-rosa e de muitos outros.
Hoje vivemos a surpresa destas grandes animações que conseguem transportar-nos para além do ecrã...literalmente.
E o melhor da vida é esperar que UP seja destronado...já amanhã. Seria muito bom sinal.
Um abraço