Morreu "a voz" de Portugal. O primeiro dia deste mês de Novembro trouxe a notícia da morte daquele que foi a minha mais forte influência musical. Falo de António Sérgio. Descobri-o quando frequentava o liceu de Oeiras. Era na companhia dele que terminava a tarde, em casa, no primeiro horário do "Som da frente", na Frequência Modulada da RDP-Rádio Comercial. Mais tarde passou a acompanhar-me nas madrugadas. O "Direito à diferença", uma alusão clara à música alternativa que divulgava, passou a ser um dos meus lemas. Muito lhe devo. Eu e toda uma "imensa minoria" que via em António Sérgio a resposta às ânsias de conhecer "coisas novas" da música que se fazia pelo mundo. Só ele o fazia e todos os que, a seguir a ele, fizeram o mesmo, imitaram-no. Uma coisa nunca conseguiram: imitar-lhe a voz. Essa era única. Inimitável. Como ele.
O Jornal "i" homenageia António Sérgio de forma singular. Vale a pena espreitar aqui.